segunda-feira, 29 de abril de 2013

Sim, eu sei

Fossem dias antigos, reclamaria eu somente da vida, mas que sei eu das coisas? Não sei nada, definitivamente. Eu achei que tivesse uma conexão com o cosmos. Não tenho. Tremenda sacanagem, pois eu cresci acreditando piamente nisso. Eu tinha um jeito todo particular de olhar as estrelas, sentir os cheiros, esperar o tempo passar, deitar no céu, voar no chão. Eu tinha toda uma intimidade com esse tudo que nos cobre e preenche, eu falava com o tudo. Porque, de uma forma ou de outra, o mundo não é para os fracos e as vezes, juntar-se ao mundo é melhor que querer enfrentá-lo.
O todo lugar abriga uma possibilidade premiada de encontrarmos um desvio meio que inesperado que nos levará até não-sei-onde. Porque a gente pode tudo, e as multidimensões quânticas se desdobram diante e adiante do todo. Mostram-nos o quanto somos idiotas, numa certa medida, e em todas as medidas possíveis por não tentarmos o tudo. Somos idiotas porque não aproveitamos nossas possibilidades possíveis, nem caçamos possibilidades (quase) impossíveis.
Então somos possibilidades redundantes, e sempre no meio delas encontra-se uma improvável -mas possível- possibilidade de sermos felizes. É preciso ver mais que os olhos, andar mais que as pernas, abraçar mais que só os braços. É imprescindível viver mais do que a vida e precisar mais do que eu preciso. Sinceramente, precisar não precisa, mas a gente quer que precise mesmo assim.
Que sorrisos não lhe faltem, assim como a antiga forma de olhar e ouvir estrelas, meu bem.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Apesar de parecer

Essa humanidade, surpreendente. A gente vai levando. E eu fui aprendendo a levar a vida desse meu jeito. Todo meu. E acho que deve ser assim com todo mundo. O que sei eu? Nada. Não tenho vantagem de observação nenhuma. Meus ângulos nem são tão favoráveis assim. A vida é boa, apesar de tudo. Apesar da humanidade. Apesar de mim mesmo. Porque eu tenho essa mania de me lambuzar com a vida. A gente nasce achando que sabe das coisas, mas nasce sabendo que não sabe de nada também. Tem muita gente aí fazendo isso. Tá cada vez mais difícil conciliar vida e amor, mais complicado ainda é parar de se lambuzar e separar o amor da vida. Intensidade demais, sofrimento demais, sorriso de menos. Mistura louca de sentir, querer, amar, não suportar, desejar demais, fechar os olhos e pedir com fé. Quando acontece, é tarde demais. Ai é aquela epopeia de "Eu não tinha o que dar, dei-me". Deu-se de corpo, alma, coração, braços, pernas, beijos, bocas, olhos. Deu-se, enfim. Tanto deu, que ficou sem si; perdeu-se. Por ai, por alguém. Se achar em alguém para voltar a viver. Nada mais do que achar-se. Por fim, sorrir. Mas como dizem por ai "não está fácil para ninguém", não é mesmo?

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Mudaram as estações

Essa coisa de perder nunca me agradou, e acho que não agrada ninguém. A gente começa a vida perdendo a proteção que tem dentro do útero, durante a vida a gente perde os dentes, perde os cabelos, os amigos, a confiança, durante a vida a gente vai se perdendo. Se descaracteriza, perde a identidade, começa a vida "uma" e acaba "outra". Mas acontece com todo mundo, por isso eu não me espanto com a frequência com que isso vem acontecendo. As coisas têm mudado muito rápido e uma atrás da outra; tô precisando arranjar um jeito de aproveitar tudo isso. Quem sabe as coisas melhores de hoje em diante, ou piorem... Sei lá. Já não sei mais se dá pra confiar em mim mesma depois de tudo isso, é realmente complicado. Pudera eu voltar a ser criança e me preocupar somente com os meus lápis de cor que estavam acabando, essa vida de gente grande cansa demais. Tem que se preocupar com a roupa que vai vestir, o sapato que vai usar, as palavras que vai falar, os sentimentos que vai sentir, a postura que vai ter na frente de cada um que cruzar na rua... Ah! Isso cansa. Esse negócio de ter que mudar de máscara a cada esquina enche o saco, a gente devia aprender a fazer tudo "sendo de verdade". Sem liçãozinha de moral porque eu troco de máscara também, igual todo mundo, mas venhamos e convenhamos, distribuir amor pra se aproveitar é querer demais né! E tem tanta coisa escondida por ai, que só de imaginar o estrago que ia fazer, deixa encoberto mesmo pra não causar mais problema. O fato é que consideração a gente conquista com o tempo, assim como a confiança, mas com o passar do tempo a gente descobre que essa consideração e essa confiança não tem reciprocidade e a decepção chega dando tapa na nossa cara, pra ver se a gente acorda pra vida e tenta revidar. Mas nós preferimos contornar a situação, tentar retomar a vida. Quem dera se fosse fácil assim: considerar, se fuder, tomar tapa na cara, esquecer o que passou e continuar a vida. Não é assim, e nunca vai ser! A partir de hoje, posturas, palavras e comportamentos mudarão. Tá na hora de crescer, a cabeça e as atitudes, né gente que se diz adulta. Amizade é amizade, brincadeiras a parte. E brincadeiras com respeito, por favor. Porque consideração não se acha na esquina, confiança muito menos. Dar valor a quem se tem ao lado faz parte, mas só pra quem realmente sabe valorizar. Desculpem o desabafo, mas não tá fácil pra ninguém.

sábado, 3 de novembro de 2012

A importância de se importar

Me desculpa por encher estas linhas de lágrima e dores mas, se não elas, quem mais suportaria minha tristeza? Debulho aqui minha insatisfação com a extrema dependência que tenho nos outros, jogo de uma vez por todas o sentimento de rejeição que me toma agora. As vezes bate um arrependimento imenso de me doar tanto, de querer estar em tudo e perto de todos sempre,  de correr atrás para "estar". Sempre quis me fazer presente, ser útil, poder ajudar enquanto for possível, mas ser lembrada só na hora da dor cansa e machuca demais. Parar pra refletir as vezes é válido. Por exemplo, é muito fácil precisar de ajuda e ter alguém disposto a te ouvir e dar um ombro pra chorar, mas já paraste para pensar como é difícil ser essa pessoa que ouve e dá ombros, braços, mãos, coração. Pois é. Complicadíssimo colocar essas palavras aqui porque, de uns tempos pra cá, eu estava me sentindo nas nuvens, estava de bem com a vida, eu estava bem. Mas quando eu achei que estava tudo indo de vento em poupa, fui derrubada por atitudes que eu jamais esperei de 'alguéns'. Erro meu não esperar essas coisas! Esqueci que não podia jogar responsabilidades demais a quem não suporta, me equivoquei ao pensar, um dia, quem tão pouco tempo construiria algo verdadeiro e sólido. Tolice a minha querer exigir demais. Peço desculpas novamente mas preciso desabafar, esvaziar a cabeça pra tentar recomeçar de outra maneira. Cheguei ao ponto de exaustão; de correr atrás, de ter que gritar para ser lembrada, cansei de me sentir um peso desnecessários nas relações que já foram (forçadamente) firmadas. De verdade? Cansei mesmo de me sentir deslocada, de estar sempre por fora, de ser colocada nas rodas por educação. Pra mim chega! A partir de agora vou em busca novos ares, novas terras, novas relações. Companhias que me amadureçam, que se doem para mim na mesma proporção que se utilizam do meu dispor. Que me coloquem na rotina e me procurem por livre escolha, é disso que eu preciso. Sinceridade, gente por inteiro. Cansei de metades, de pseudo-dispostos, de meios amigos, cansei. Antes de dormir, quando eu deitar a cabeça no travesseiro e a consciência pedir espaço pra se apresentar, vou pedir a Deus que as coisas aconteçam diferentes amanhã, que comecem a mudar enquanto há tempo. Vou agradecer a Ele pela clareza de pensamento, pela vontade de mudar, pela força que me vem de não sei onde para, ainda assim, estar do lado de quem se cansa de mim e ajudar na hora da necessidade. Porque o coração continua machucado, mas aos poucos a gente aprende com a vida que guardar rancor e remoer mágoas ferem muito mais, e fica pior para os dois lados. Pela última vez, desculpas. Se incomodei, atrapalhei planos ou estraguei momentos idealizados sem mim, mas eu preciso muito de carinho, companhia e amizade pra seguir em frente. Não tá nada fácil, e isso não é segredo pra ninguém, por isso eu peço um pouquinho mais de consideração. Por mais que não ajude tanto, piora menos e isso já é uma colaboração e tanto.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Conquistas

     Das pessoas eu espero brilho no olhar, sorriso no rosto e autoconfiança. Da vida eu quero novos desafios, muitos tropeços e mais crescimento. Discursos repetidos cansam, discos riscados incomodam, caminhos de sempre perdem a graça, o brilho e o colorido. Ando com vontade do novo, de arriscar mais, de tirar a máscara, de jogar a ingenuidade pro alto e crescer - embora crescer demande força, persistência e dor. Quero andar sem medo, sorrir com facilidade. Preciso olhar pra frente e enxergar a beleza de um futuro que eu estou escrevendo com as minhas próprias mãos! Preciso ainda deixar de depender. Dependência tem limites, tá chegando a hora de se soltar e caminhar com os próprios pés. Perdas são inevitáveis e novas conquistas fazem parte disso tudo. É imprescindível que se saiba dividir: espaços, amores, tristezas e sorrisos. 
     Risos deixam a alma mais leve, compartilha. Abraços renovam energias, distribui. Aprende com as dificuldades da vida que, apesar de hoje, amanhã é um novo dia, com novos passos, novos olhares e experiências. Experimenta! Lamentações são necessárias, mas o momento e o limite devem ser determinados. Parece difícil mas, nada que alguns tempos de prática não resolvam os problemas. Procura agradecer mais que pedir a Deus. E quando for pedir, peça o que realmente acha necessário e que se realize segundo a vontade Dele. O universo conspira ao teu favor todos os dias, você precisa aprender a enxergar a positividade no que te cerca. Deixa pra trás o que te prende, o que te esconde, que te incomoda e faz mal. Esvazia tua mala e a preencha com as virtudes mais belas que tens, luta para trocar suas más tendências por novas qualidades, lança pra longe as más inclinações e traz pra perto o que auxilia no teu sucesso! 
     Acorda todos os dias, agradece a Deus por mais um dia de oportunidades, põe os pés no chão, olha para o céu, para as flores, sente o vento no rosto. Isso renova tuas energias, querida. Acostuma-te a vigiar seus pensamentos e sentimentos. Transforma em hábito o 'bom dia', 'obrigada' e 'por favor' recheados de energias positivas. O que pensas, atinge quem te cerca e pode auxiliar muito mais que mil palavras jogadas a esmo. Aprende a ser feliz todos os dias, para que a alegria vire rotina e não te canses mais.

domingo, 21 de outubro de 2012

Profundo

Toda vez que a saudade aperta, eu olho para o céu e dou nome a cada uma das estrelas que o enfeitam. Penso e sinto que dessa forma o aperto no peito diminui e a coragem pra recomeçar reaparece. Tento fazer o coração entender que cada dia que passa, cada semana nova que começa é tempo a menos para sorrir de novo, para estar de volta nos braços de quem tão longe está. Já cogitei jogar tudo para o alto e quis voltar mas lembrei de ter firmado um compromisso e preciso cumpri-lo, afinal, não sou tão fraca para desistir da subida nas primeiras dificuldades. Lembro, então, que há quem me ame, muito mais do que quem quer tirar meu sorriso do rosto; que tem muitas flores pelo caminho que eu não verei se me incomodar com as primeiras pedras que apareceram. Foco, força e fé, minha querida. Tua batalha está apenas começando, você tem uma guerra inteira pela frente! Confie em você, levante a cabeça, coloque um sorriso no rosto e mostre a você mesma que é capaz disso e de muito mais para ser feliz!

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Força estranha

Quanto vale a saudade? Um amigo que mora no fim da rua mas não tem tempo pra te ver, alguém que mora do outro lado do mundo e compra uma passagem de avião sem pensar duas vezes. Um amigo distante que precisa de você e você, sem pensar duas vezes, larga toda a sua dor e vai cuidar a dor daquele amigo que um dia te machucou. Saudade de pessoas que se foram para nunca mais voltar, pessoas que fizeram um bem na sua vida, mas talvez por te fazerem bem demais, foram embora. A pergunta é, porque as pessoas que você tanto ama moram tão longe? Seja um longe “bem ali” mas não tem tempo para te visitar, seja longe em outra cidade que você só pode ver uma vez por mês, de dois em dois meses, três vezes por ano, de dois em dois anos. Seja longe demais, mas você pode fazer um oração todas as noites e pedir que aquela pessoa que foi embora para sempre não solte a sua mão e não deixe a saudade te machucar. A pergunta é, quanto vale a saudade? Eu pagaria meu salário inteiro por um abraço, eu rodaria o mundo para ter de volta quem se foi embora, eu faria tudo diferente por aquela amizade que me faz falta, eu gastaria tudo o que eu tenho pra matar a saudade de uma vez por todas. Esse amor todo que existiu sem eu saber por um bom tempo, essa vontade de querer por perto, necessidade de estar abraçado ou apenas de sentir o toque das mãos. Esse é o preço que a vida pede por pessoas que moram longe demais, mas eu pagaria qualquer preço pra tirar essa maldita saudade, essa tamanha distância que machuca, que cresce e dói. 

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Maldito sejas


Eu queria não desejar seus beijos, e nem esperar sua chegada ansiosa, eu queria detestar seus abraços e repugnar seu toque, eu queria ignorar seus olhares e nem te notar quando passa. Eu queria dias mais felizes sem você por perto, eu queria odiar seu perfume e nem ouvir o que você fala no meu ouvido, queria ter mais tempo pra mim do que pra você, queria te ver e não te querer, eu queria ter horas mais completas, um silêncio mais vago talvez, e um instante de calma. Eu queria ser algo mais, ter algo mais do que simples palavras, eu queria algo mais do que apenas finais de semana fora do comum, sinceramente, eu queria que o telefone tocasse, que um e-mail chegasse, que a campainha soasse alta, queria respirar bem de perto seu cheiro, sentir seu toque, seus beijos, queria te ter por mais tempo junto, queria ser mais amada, ou querer te amar menos vale mais? Querer nem sempre é poder e, nesse caso, estou apenas querendo.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Voa, escorre, machuca

Sonhos, fatos e saudades não me agradam. Necessários, porém inconvenientes. Já não bastam as pedras que a própria vida te coloca no caminho, precisa-se estar longe de quem se ama, precisa-se ficar perdido no meio do nada pra se sentir alguém. Eu sei que, do outro lado, tem gente que gosta, que ama, que cuida de longe. Mas tá difícil me manter aqui alienada de tudo, desse sentimento todo. Dá saudade, escorre lágrima, falta coragem, some vontade, só resta cumprir obrigação. É o que eu ando fazendo: cumprindo obrigação! Não dá vontade de levantar da cama, não dá pra animar e botar o pé no acelerador, não dá, não. Motivo pra continuar não falta: família, amigos, eu, realização, sonho, futuro, amor. Mas sempre que eu tento, os motivos somem e sobra saudade, desânimo, falta de coragem, tristeza e só me vem 'família' na cabeça. Tá cada dia mais complicado pular etapas, concluir ciclos, alcançar metas. Não sei se a dificuldade tá comigo, se tá no caminho, se tá em alguém. Só sei que tá complicado e o que fica mais fácil é chorar e pedir colo. 

sábado, 11 de agosto de 2012

Consumismo

Hoje eu não olhei as estrelas. Doeu. Está doendo demais. Entrei em casa e chorei feito uma criança. Chorei como alguém que, em meio ao desespero, quer que suas lágrimas sejam capazes de aliviar seu sofrimento. Até percebi que a lua estava no céu mas preferi não olhar seu brilho - enxergá-lo sozinha deve ser muito triste. Ouvi o canto dos pássaros e o barulho nas folhas no chão mas não quis criar melodia pra não sofrer depois com as lembranças de uma tristeza chata, que só veio pra incomodar. Eu queria mesmo era poder andar de mãos dadas, olhar as estrelas, contá-las, dar nome a cada uma delas e depois rir. Seria bom se, toda vez que meu coração apertasse, alguém sentisse o mesmo e viesse correndo de braços abertos pra eu poder me aconchegar e sentir esse aperto diminuir pouco a pouco. Eu juro que não peço nada mais que reciprocidade. Nada mais que ter na mesma proporção: ouvidos para ouvir e ser ouvida; conselhos pra dar e ser aconselhada; ombros pra chorar e braços para ser acolhida. Nada mais que isso, eu prometo. Mas espero que não demore, porque uma hora essa coisa toda de ser lembrada só na hora do aperto cansa e, depois que eu cansar, vai demorar pra eu me recuperar e voltar a querer me doar. Porque se doar por inteiro te consome, e não receber nada em troca consome mais ainda.